Não tenho a intenção nem capacidade para escrever pregações ou exegeses bíblicas nesse blog. Pelo contrário, minha busca é apenas por identificar atitudes (aplicações da bíblia) que caracterizariam um modo de vida digno do cristianismo. Às vezes, porém, precisarei detalhar passagens, pois são o centro e a motivação das reflexões que desejo compartilhar.

Gosto muito do capítulo 15 do evangelho de João. Ao lermos, rapidamente nos identificamos com os ramos que dão fruto e ficamos satisfeitos em saber do cuidado do agricultor com a videira. Porém, olhando mais atentamente, percebemos que as consequências de dar ou não dar frutos podem ser mais complicadas do que imaginamos. Nem falarei sobre o ramo cortado, mas sobre os ramos que, dando fruto, são limpos pelo Pai. Já li versões em que "limpar" é traduzido como "podar". Ambos os termos trazem o sentido de retirar algum elemento para que o conjunto fique melhor, mas o que me chama a atenção é que a poda é uma ação do agricultor e não da videira. Pensei em  alguns significados na vida prática para essa "limpeza":

.Afastamento de práticas que, durante toda a vida, consideramos "normais" (uma "mentirinha" que nenhum mal faz, por exemplo);

.Esclarecimento sobre verdades espirituais que só podem ser dadas pelo Espírito Santo;

.Mudança de foco e projetos na vida por outros que, sem o auxílio divino, não desejaríamos e/ou não teríamos condição de realizá-los.

Às vezes tentamos viver um evangelho onde tudo se adapta ao nosso "jeito de ser". Assim, tornamos cada vez mais difícil a poda. Não queremos abrir mão de nada. Nenhum projeto, nenhum sonho, nenhuma oportunidade, nada parece se interpor no caminho da nossa vida cristã. As palavras de um pastor vêm à mente. Ele lembrava que "nem toda porta aberta em nossa vida é aberta por Deus."

Precisamos constantemente de ajustes, modificações e não é raro ter que abrir mão de algo. Não consigo enxergar  um cristianismo onde se tem muitos objetivos somente deste mundo. Mas isso não significa sair do mundo, seria impossível! A questão é, passo a passo, se perguntar e orar "será que isso se encaixa nos planos de crescimento e aprendizado de Deus para mim?" Do contrário estaremos eternamente "correndo atrás do vento". E o pior: muitas vezes, essas conquistas não trazem os resultados e a satisfação imaginada. Não é nada fácil, mas a cada dia, desejo para mim: menos afazeres, menos projetos e mais vida cristã.

2 Comments:

  1. Unknown said...
    Newton,quando assistimos a um Pai ou mãe colocar um filho de castigo, sem ter conhecimento dos motivos, nos vem um impulso de impedir tal atitude e ou mesmo, fora das vistas dos Pais, de reverter tal castigo, fazendo mimos, dando presentes, etc. Trazendo isto para o campo espiritual, será que quando ajudamos uma pessoa em dificuldades não estariamos contrariando nosso Pai celestial que estaria de certa forma castigando "aquele filho" por uma falta que não conhecemos ? Será que a simples intenção de ajudar não nos causa atrasos ? Pois muita gente pensa em ganhar muito dinheiro para poder ajudar muita gente ( que talvez Deus não queira que sejam ajudadas), ou seja, de que forma saber com certeza que fazer o bem não irá nos fazer mal. Apesar que a propria Biblia diz: Fazer o bem sem olhar a quem - Quem planta colhe, enfim, fica a duvida.
    Bom dia e um abraço
    Newton said...
    Excelente comentário José (e muito difícil também). Justamente por não ser fácil, tentarei colocar alguns pensamentos sobre o tema em um próximo post. Aguarde! Semana que teremos novidade nos blogs.

    Por enquanto preciso ficar por aqui pois estou tendo reações à vacina H1N1 (febre, enjoo etc).

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