As festas de fim de ano passaram e, mais uma vez, muitos me perguntaram por que eu não bebo. Apesar de ter me convertido apenas em 2003, desde 1997 eu decidi não beber. Mesmo não tendo vivido a experiência do alcoolismo em minha própria casa, desde cedo, por outras vias, eu tomei contato com a desgraça que o álcool pode trazer para uma família. Além disso, em muitos casos, o álcool não é o único causador dos problemas mas está inserido em um "pacote" destrutivo que pode incluir: desafeto, desatenção, abandono, abuso verbal, adultério, acidentes fatais etc.

Muitos me dirão que a bíblia não condena a bebida mas sim a bebedeira (devem, inclusive, estar corretos) mas, particularmente não me interesso pelas possíveis interpretações desse texto dentro de meu posicionamento pessoal. No excelente livro "olhos de madeira", Carlo Ginzburg mostra que, muitas vezes, para esclarecer uma mensagem é preciso valer-se do exagero e da complicação da forma. Ora, meu posicionamento radical (exagero) é no sentido de mostrar o quanto de mal esse, facilmente evitável, vício traz.

A maior tristeza, no entanto, é ver quanto o álcool está presente na igreja. Não no nosso inocente "vinho" da ceia (em muitas igrejas substituído pelo suco de uva) mas nas celebrações e festividades particulares. Pior ainda quando tudo é feito com ares de "descolamento" (em todos os sentidos) em relação aos "puritanos" (quase sempre jocosamente lembrados nos brindes).

Embora ninguém precise concordar comigo, e tenha bons argumentos, (há também outros argumentos para não beber) não consigo abraçar e viver outra posição cristã em relação à vida. E vida como um todo pois penso que não deve existir vida "secular" e vida "religiosa" já que somente Cristo é fonte da vida.

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